domingo, 14 de novembro de 2010

clanDestino

que apague
propague que
rasgue

vous

o que ás vezes me aparece
de leve
é de repente

pelo que repele
a pele
a gente

olho os teus
ao lado dos meus
você não está


onde o vento tantas vezes
fez tuas curvas

ali

onde a ausência inspiradora
me encurvou

e aguçou
para não preterir o meu desejo

beijo

segregação por aquilo que não
acontece

prece

clandestino
o meu amor desfaleceu...



(vous n'existez pas)

Um comentário:

Jorge Luan disse...

As coisas que não existem são mais bonitas, diria Manoel de Barros;
a melhor saída é não existirmos de todo, ou fazê-las existirem nos poemas ;P
Ótimo poema, gostei muito da sutileza dele à língua: um verso traz o outro pelo mão.