domingo, 13 de abril de 2008

Cafeína

Derramei café na minha mão direita
Enquanto testava a nova garrafa térmica...
Nenhuma dor é mais cortante que a dor de uma queimadura...
Nada como esquecer a dor
Para não enfatizar seu ardor e intensidade.
Uma máquina de escrever
Um copo d’água e uma xícara de café...
Alguém que diga bom dia
Uma imagem que inspire um poema
Vontade de sair no meio da tarde...
E tudo seria viável
Podendo até fazer algum sentido...
Mas na falta de consideração
Joga-se tudo pela janela
E derrama-se mais café quente
Na queimadura já cicatrizada...

Ediane Soares

2 comentários:

ADEO disse...

"na queimadura já cicatrizada"
nobre seu poema, ritmado, cheio de incerteza, grávido de desejo...
Parabéns, poetisa, sou seu fã!

Anônimo disse...

Edi!
Cafeína: A tua cara. Inebriante, quente e comprometedor o teu poema! Saudades das nossas marmotas poéticas! Abraço!