Não se tratava de espanto, era a magia de ver-se encantada pela realidade mesma, o real em si, o fato. Tentava condensar aquela sensação de "tudo bem" com o friozinho na barriga de se ver todos os dias dos últimos meses, de beijar e querer beijar, de abraçar aconchegantemente, de desejar e fazer amor. Não estava impressionada com os acontecimentos dos últimos tempos. Tampouco a impressionava o desfecho que a vida proporcionara para esse momento; um começo de cliclos prometedores de coisas reais. E o melhor: é na realidade mesma, crua, objetiva e leve que a imaginação a servia das melhores ideias e conclusões. "Foi para ver a menina além do universo", e viu e versa.
Dois lindos meses de descobertas. Encontros. Medidas. Acertos. Comunicação. Prazer, para além da satisfação...
E o que conduzia a poesia que agora a acompanhava por dentro era a metáfora do que de fato importa. Saiu gritando para os mundos onde habitava o "ínterim" em questão:
- Razão e emoção, meu bem, habitam a mesma morada. Ocupam, na mesma morada, cômodos diferentes; entre elas há uma porta larga e alta, que se encontra sempre aberta. O trafego entre um lado e outro é livre. E a escolha por qualquer um dos lados é in-circunstancial. A questão é lembrar que, antes de passar de um lado para o outro, é preciso vestir-se de cuidado e empatia. Não se alojar em um dos dois esquecendo-se de visitar o outro lado vez por outra.
Sorriu.
2 comentários:
Muito, muito cuidado com as sutilezas que cada lado tem de fazer nossa cabeça querer ficar ali.
E não é sempre real?! Até a mais fantasiosa das idéias é real. O real é composto pelo irreal também, sabe?!
M.
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