terça-feira, 19 de outubro de 2010

eis que sê-la

ou sobre "o outro nome do oceano", "a vogal do meio" e "a mãe de maria", a virgem.

vai minha tristeza... deixa espaço pra alegria!
essa moça não sabia da verdade de um olhar
não dê boa noite, esqueça meu bom dia
metade do meu susto vem da tua voz...

sai elegia!
confessa que é vadia, a veracidade anunciada no teu beijo-cumprimento, educação.

ah estranha de todos os locais e atalhos!
anti folia!
afoga o laço da noite em poesia
permita-me fazer desse enredo um outro blues
ou qualquer outra vontade de canção
qualquer coisa sem batuque
coração...

vai bandida!
vida,
deixa o tempo e a esfera atômica se apropriarem do meu segredo
revela, imagem por imagem
gesto após verso
diz pra ela se mandar!
vai sombra
vira escuridão
mesmo apagada me ofusca a visão.

sai hipermetropia!
deixa-me enxergar o vazio que só ela tem
não vou apontar um mísero defeito, não vejo
os conheço
não forçarei agir sobre aquilo que já perdi de antemão
a vergonha na cara, dela
a alcunha de cinderela
a macumba do amor, devoção.

vai novela!
deixa a vida real me encontrar
ficção
e acoberta a idéia concreta do sorriso bagunceiro
desconecta o virtual motivo tão faceiro
e inaugura uma nova oferenda para Iemanjá!
saravá, eis que sê-la
oxalá, deus assim queira,
minha alma dela desaconchegar!
sim, só pode ser aconchego
por que se fosse apego
não haveria de apertar.

Um comentário:

Sue Barroso disse...

minha filha...
dê na cara, dê!

:O