domingo, 12 de setembro de 2010

"tempo de cada um"

Chegou em casa cansada, mas um tanto feliz, pelos avanços dos últimos dias. Sua inspiração esteve ausente, mas assim que acessou à internet se comunicara com ela virtualmente. Ficou contente com isso. Respondeu discretamente, mas logo se arrependeu. Depois de algum tempo de "conversa", lendo atentamente os relatos dos últimos dias, entristeceu-se. Às vezes parece tudo em vã(n)o... e não é?!

De assalto, vestiu-se de contratempo, rabiscou alguns desabafos do momento e transcreveu um verso seu de outro intento. Encaixou o primeiro texto no segundo e construiu uma amálgama de dizer-sentir. Ela agora pensava nessa história de "tempo de cada um". Mas isso não poderia fazer, para ela naquele estado de nervos, o menor sentido. Então vai...

"É! Que passe então... já que sem o que é "passageiro" o trem da vida não pode trilhar. Sim, pode ser ciúmes. Pode ser que eu quisesse que fosse algo mais, sabe?! Pois é... e eu não tenho vocação para salvar ninguém, nem tenho moral para condenar, nem quero ter, nenhuma coisa nem outra. Deixe-a passar, eu diria. Deixe-a partir para além do que eu possa dedicar à ela como presente. Como a fita de um cabelo solto. Como a carnificina que impera no poder. E se ela quiser e puder voltar, deixe-a saltitante escolher entre o ir e vir, quantas vezes quiser... que a liberdade da qual ela é dotada fará desse amor sempre um mérito e um demérito qualquer possessão. Deixe-a passar. Deixe-a ficar. E deixe que ela saiba que se outros amores forem necessários, e serão, que ela seja feliz. Deixe-a passar. Que o essencial é o que fica. Deixe-a assim ficar e partir. Que é de partes que o todo será feito e desfeito quantas vezes forem possíveis e necessárias."

2 comentários:

Inaê disse...

Deixo-a livre e assim me deixo livre!

Sue Barroso disse...

Pooorra de tempo!