domingo, 7 de setembro de 2008

=> Sobre vontade e solidão

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"É complicado estar só, quem está sozinho que o diga..." (Renato Russo)

Olha eu novamente falando da solidão, citando o Renato Russo e com essa vontade danada de abraçar o mundo, as pessoas e todas as possibilidades... ás vezes parece que eu vou explodir de tanta vontade, de tanta vaidade e de tanto encantamento diante da vida, da morte e da sorte de variadas coisas que clamam pelo infinito de impossibilidades.

Vontade. Os filósofos que mais admiro e tenho lido no momento tratam esse tema com uma paixão tão grande, que eu não sei se gosto deles por isso ou se me embaraça profundamente esse tema ao ponto de ter chegado ao pensamento deles, minimamente ainda...

Solidão e vontade, duas questões que me instigam a pensar hoje. Não elegi esses temas, acho que é aí que reside a "suprema ventura a quem foi concedida a graça da loucura" como tão bem coloca o Platão no Fedro. Surgi no mundo, nos últimos meses, com o intuito genuíno de conhecer, ou ao menos provar um pouco, da vontade ou das diversas vontades que residem à razão e a emoção, e para mim particularmente, na fusão entre as duas: a poeticidade.

Quero a poesia como quero um gesto, uma brecha, uma fresta, um moinho.
Quero ter vontade em demasia, em potência, em ato, em desmesura, em desmedida.
Quero a vida, a morte, a lida, as idas e tantas vindas.
Quero o eterno retorno, quero o outro, a outra, a humanidade inteira!
Quero desde a última motivação, a penúltima e a primeira (e vice versa)...
Quero a mentira, a fantasia, a controvérsia
E quero verdades prometidas...
Quero inteiras e partidas
Só não perguntem, por favor, se me convém querer a solidão...
A solidão acompanhada, medida, pré-meditada...
Porque é no tanto querer que a minha infinita vontade clama por estar só.
E é na solidão que poderei enfim, sentir, que estou acompanhada...

É na solidão das diversas bocas, falas, gestos, protestos e brigas, que a minha vida será vida, plenamente vivida.

Sendo assim cogito: sou um EU, esse EM SI, EM TANTOS?


Ediane Soares

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