sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Eu quero

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Eu?

"Eu quero é o explêndido caos de onde emerge a sintaxe", (da Adélia Prado)
A semântica e a morfologia.
Eu quero a magia da noite que vira dia...
Quero copos virados,
Quero tragos, espasmos, cuidados.
Quero o lírico e o empírico.
Quero o impróprio e o que for lícito.
A física quântica das emoções tardias...
A micro célula da destruição de um medo!

Quero a perfídia, perdida, lascada e ferida!
Sim, é assim que quero a morte e a vida.
Quero medir o sangue que corre no álcool
De todas as veias éticas ou etílicas!

* * *
Diz Drumond:

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra.

Adélia explica:

Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe
os sítios escuros onde nasce o ´de´, o ‘aliás´,
o ‘o’, o ‘porém’ e o ‘que’, esta incompreensível
muleta que me apóia.

Eu calo.

Ediane Soares


2 comentários:

Fernanda Rodrigues disse...

Eu também quero! :)

Unknown disse...

"Quero o lírico e o empírico.
Quero o impróprio e o que for lícito."

ser louco eh ser poeta msm...

lindo lindo...
tbb quero!!!