sexta-feira, 26 de setembro de 2008

=> Moralidade e "pós-modernidade"

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A moral e essa tal ‘pós-modernidade’

O que é o homem? O que é a mulher? O que são os seres humanos? Questões que nos remetem a muitas outras. Questões que não poderiam ser respondidas pontualmente, sob o risco de não darmos conta das diversas subjetividades que estão contidas nos conceitos em questão.

Tornamo-nos mulheres e homens na medida em que vamos vivendo e compartilhando o processo contínuo de transição da sociedade. Falar de um ponto de partida aqui é negligenciar a idéia de circunscrição que se atrela à questão da subjetividade. Mesmo quando tratamos da característica fundamental da alteridade, a dialética entre subjetivos, não podemos delimitar muito as coisas. Portanto, a questão central para uma reflexão neste sentido seria no campo das possibilidades que nos são visíveis atualmente no que diz respeito à moralidade e a ética na convivência entre diferentes.

A moralidade que permeia os indivíduos na atualidade é cheia de contradições, incredibilidades, desdém e etc. Não falo de uma moral reguladora ou normativa, mas da moral enquanto forma de ver o mundo e a vida em sociedade. A moral como precursora da ética; uma ética pautada no respeito às diversas subjetividades, opiniões e práticas.

O termo moral carrega na sua definição uma série de conceitos históricos. Atribui-se a moralidade muito do que temos hoje, especialmente o aspecto regulador e normativo das relações, herança do moralismo patriarcal. Talvez por esse motivo, quando falamos de moral, moralidade, moralismo e etc., facilmente as pessoas remetem a esse aspecto. Nesse sentido é possível perceber certa 'mágoa', ou preconceito, ao tratar desse assunto. Parece-me que muito do que foi dito e feito em função disso causou uma má impressão, de tal forma que acabamos por nos encontrar em um processo de desconstrução desses conceitos, provavelmente é isso o que muitos chamam de pós-modernidade.

Esse termo pós-modernidade soa para mim com um ar de delimitação de tempo e espaço que não condiz muito com o processo contínuo de transição pelo qual a humanidade perpassa. Porém, ao mesmo tempo, simbolicamente, esse termo tem sido designado para ilustrar a fatia de tempo pela qual estamos passando agora, desde uns dez anos. Pós-modernidade, assim, traduz muitos aspectos que podem ser caracterizados como negativos presentes nos tempos atuais, como certo imediatismo, consumismo, individualismo, apatia ou descrença diante das discussões políticas, entre outros.

Essas idéias que vão sendo vivenciadas dão forma a moralidade que está sendo construída, sempre em processo contínuo e não delimitado metodicamente. Percebemos esses traços sendo feitos, desfeitos e refeitos de maneira simultânea, o que nos leva a não dar conta, muitas vezes, de todos os processos. Não há um começo, um meio e um fim na construção de referências e conceitos, o que há, considerando-se os aspectos imediatos e fugidios, são muitas informações sendo suplantadas conforme o interesse de quem as expõe de maneira indireta, aleatória e transversal ás vivências e diversas formas de vida e condições sociais. Claro que todo o quadro não se resume a apenas isso, porém a informação, ou o chamado mercado de informação, tem um papel fundamental e pontual na formação de opiniões e conceitos, logo, implicando uma participação direta na questão da moralidade.

Ediane Soares

(Em construção)

Um comentário:

Frido disse...

esqueci o que eu ia falar... mas se existe de fato essa tal de moral e moralidade... ela tá de acordo com o tempo não é? é processo eterno e contínuo.. ela nao para .. ou para? se ela é construção historico-social de acordo com o tempo vivido... então relaxa...
por isso que nao acredito nessas coisas...
prefiro mais coisas do tipo: " A Lei Sou Eu! "
Lógico sempre respeitando o principiro de alteridade... que isso
é a unica coisa que importa realmente nas relações...
no fundo o baguio é tao simples...
e sempre querem complicar demais o que é simples!