Queria um bocado de terra
Para plantar meus sentidos
Para ver brotar-me em pedaços
Em frações de uma planta nova
Outra vida.
Queria, e ainda ouso querer,
Ver ao menos uma parte de mim
Gritar ao mundo
- Minha poesia é livre de mim, e por ela livre sou eu!
Queria, se ainda me fosse possível querer,
Sentir o calor das primeiras indignações
Diante das injustiças
Covardias
Desesperos
Omissões...
Queria uma pausa para ajeitar
O que me parece absurdo
Queria construir mais mundo
Mais humano
Mais honesto
Menos mentira
Menos moral
Sem tornar absoluto
O que é relativamente humano...
Quero mais que um sonho ou utopia
Uma realidade pensada
Vivida
Sentida
Realizada.
Ediane Soares
3 comentários:
poema ressentido... embotado de um desespero caótico... um heroísmo irracional... Donde colhetes palavras tão malditas - promessas que nunca se realizarão. Poetisa, nossa humanidade está perdida - na caixa de pandora a esperança é uma viuva triste.
Adoro. ler-te...
"A poesia é dela, nela, por ela"
Ediane Soares, quanta sensibilidade!
Ressentimento? Dor? Tristeza?
Nem sei dizer o que sinto quando leio teus delírios pensantes e sentidos...
Só sei que te quero ler... em livro, parede, rabiscos no chão, no céu... onde for...
Um verdadeira mistura de sentimentos,
Algo realmente indescritível...
Lindo...
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