"Eis que nasce completo
e, ao morrer, morre germe,
o desejo, analfabeto,
de saber como reger-me,
ah, saber como me ajeito
para que eu seja quem fui,
eis o que nasce perfeito
e, ao crescer, diminui."
(Leminski)
Desejo o que segue
(o que pode seguir)
um amor que acaba
a vontade que passa
o sonho que acorda
o medo que encoraja.
Meu desejo é um sino badalado e calado.
Uma volta que não se repete.
O absurdo que já não surpreende.
Nada de vintage, blasé, démodé ou à cartel
Quero um pedaço de realidade para redesenhar o meu céu.
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