sexta-feira, 11 de maio de 2012

Confissão VII

da força, da medida e da gratidão.

À Rogéria, amiga muito querida.
Por todos os anos que a mereçam.

Fortaleço,
e feita dos traços finos de um puro nanquim
sou desenho das primaveras que vivi
dos porres que tomei
das dores que senti
dos amores, que amei
e das paredes que afaguei...

Meço,
fita métrica em mãos
e punhos de aço
permaneço, parto
fecho portas e janelas
e me abro
como as cores que da Frida se ergueu
e os odores das vaginas e das flores livres
que o mundo já perdeu.

Agradeço,
aos deuses todos do olimpo
e aos que eu inventei
aos judeus, ateus, hereges, crentes, católicos e fariseus
por toda a fé recalcada
por todo café derramado
e por todo sangue que se bebe ao se comungar.

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