quarta-feira, 20 de julho de 2011

Do Espírito

À trindade atormentada.


Quisera você, cidadão, tivesse perdido o perdão que um dia guardei para mim.
Quisera esquecer a canção mais bonita da sua entonação, quisera machucar sem usar as mãos.
Quisera você, pródigo e perdido, perceber que da altura maior a queda é irreversível...
Quisera fosse possível perceber para além dos segundos de olhares e fugas que perdi.
Quisera ser três, sem que o seu ego se erguesse diante do mundo em contradições.
Quisera ter condições de enfrentar.
Quisera pensar, sem lamentar, sem perceber sua fraqueza, sem ter uma única certeza em suspenso.
Quisera não fosse intenso pesar.
Quisera pousar no perdão.

Pois dividido em dois, meu pai e filho de alguém, encarnou um Espírito que não vive no além.

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo... linda! Brinca com as palavras e diz tanto! =* (M.)

Anônimo disse...

ai, ai, ai, poeta...
teu verso mais afiado do que um sofisma moderno.