Gênero feminino.
“...eles eram feios, mas tinham um quê de mistério os desenhosinhos... Eles tinham um quê.”
Ela saiu.
Pela madrugada trans tor nada e pelo acaso tangida.
Às margens de um século (XXI) igualmente trans tornado.
Aproximar-se do mistério era o seu mais ordinário vício.
(ela era ordinária como as folhas secas que caem das árvores mais floridas)
Ela quis tocar o mistério.
E como de costume não estipulava critério.
Era o caso.
Tocou o mistério e os seus etéreos pelos.
Seus cabelos presos.
E o corpo nu de um momento inteiro.
E como em fevereiro.
O tempo presenteou-a com uma quarta-feira ingrata.
E outras tantas (recentes e reminiscentes) datas.
Saiu por outras madrugadas.
O acaso omitindo-se negou-lhe um préstimo.
Cantarolou alguns hinos.
Riu de alguns meninos.
E ao lembrar do destino...
Partiu.
Perguntando-se: quantas noites serão necessárias para um novo mistério?
Lembrou que sobre essas coisas não se pergunta.
Calou-se.
E tomando a sua caneta imaginária mirou o céu.
E deslanchou no ar novas inautênticas palavras:
“virtualmente bagunceira, pessoalmente uma linda (e efêmera) descoberta”
- Sobre a velocidade da luz e a volatilidade do éter não se deve falar – concluiu – sobre o sem confins se cala.
5 comentários:
o.o
"Aproximar-se do mistério era o seu mais ordinário vício."
Belo, mui belo!
vícios ordinários são bem mais viciantes, principalmente quando o mistério é a causa, o momento e a substância real das madrugadas 'viciosas'!
ui..
Mistérios, trans-tornos, canetas imaginárias, volaticidade...
composição mágica, real, linda...
E quando esse desapego chega a ter que deixar pessoas em certas esquinas dessa cidade boêmia ao encontro de outras descobertas? Isso é o desapegar-se do outro. O outro é um mistério lindo!
Fê,
Você prometeu que ia SEMPRE dirigir pra mim qdo fosse o caso... e sempre é! Tudo em nome da sustentabilidade... rsrsrs
Bjo, tbm te amo.
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