domingo, 2 de setembro de 2007

Mordaça

Diga-me uma palavra.
E outra.
Mais outra.
Até que no mundo não exista palavra alguma que não tenha sido dita.
Palavras são disfarces para o silêncio.
Empresta-me o teu silêncio pra eu te dizer o que vejo.
Pra te dizer do meu desejo de partir...
Eu calo.
E na calada da noite ensaio um verso.
Será um poema resguardando um novo sonho...
Será uma conspiração silenciosa de emoções...
Será.
Não é.
Um dia isso acaba.
Um dia eu escrevo a verdade.
Um dia eu rompo essa mordaça.
Um dia eu grito reverberando minha alma!

Ediane Soares

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