quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Dom dos pobres, o Dom da paz...

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"Se eu dou comida a um pobre, me chamam de santo, mas se eu pergunto por que ele é pobre, me chamam de comunista". (Dom Helder Câmara)

Dom Helder Câmara é o primeiro nome que me vem à mente quando me recordo de ter ouvido falar, nas primeiras vezes, sobre justiça social e fraternidade. Esse ano ele faria 100 anos de vida! Esse ano ele faz...

Por vezes me vejo triste por perceber o quanto reproduzimos "velhos" valores que oprimem em nome da “paz”, em nome de Deus. Mas que paz é essa que se conforma em calar? Que paz é essa que se veste de branco em passeata sem se comprometer com o amanhã, o hoje e o agora? Que paz é essa que não se posiciona de forma concreta e anunciativa? Essa paz não é a paz que o Dom semeava em seu caminho. Essa paz é para continuar como sempre esteve e está. Essa paz não é transformadora da vida, ela não edifica nem destrói, ela só mantém a ordem pela vontade estabelecida.

O Dom da vida semeou a Paz-esperança, a Paz-revolução-contidiana, a Paz-contra-a-opressão, a Paz-luta-pela-justiça, igualdade, comunhão. A Paz do Dom é a Paz que tem cor, sexo, idade, vontade e voz. A Paz do Dom é não se conformar; é acreditar que a vida é pura mobilidade e que todos/as somos convidados a participar...

Dom Helder vive enquanto sua memória viva for! O Dom dos pobres, o Dom da Paz...

"É bom que ninguém se iluda, ninguém aja de maneira ingênua: quem escuta a voz de Deus e faz sua opção interior e arranca-se de si e parte para lutar pacificamente por um mundo mais justo e mais humano, não pense que vai encontrar caminho fácil, pétalas de rosa debaixo dos pés, multidões à escuta, aplausos por toda a parte e, permanentemente, como proteção decisiva, a Mão de Deus. Quem se arranca de si e parte como peregrino da Justiça e da Paz, prepare-se para enfrentar desertos". (Dom Helder Câmara)


Ediane Soares

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